Bettie Page
(1923 - 2008)
*Txt com um ano de atraso...
Bettie Page começou a mostrar uma carreira singular, em 1950, quando fez
seu primeiro portfólio, ela passou por uma infância difícil em um orfanato com
duas de suas irmãs, depois de um ano voltaram para casa e ela acabou sendo
abusada pelo próprio pai.
Seu desejo era tornar-se uma atriz de Hollywood e a
semelhança com Bette Davis, sua inspiração, deu um empurrãozinho e
aos 27 anos, foi descoberto nas ruas de Nova York por Jerry
Tibbs, um fotógrafo policial, ele é responsável por seus primeiros
registros como modelo e é a pessoa que sugeriu que ela usa-se uma franja que é
imitada até hoje.
Em pouco tempo Bettie surgiu como a rainha das Pin-up,
um termo usado para se referir aos fotos provocantes para revistas e
calendários da época. Elas foram o apoio moral para muitos soldados durante
a 1ª Guerra Mundial partindo dos campos de batalhas com
inspiradoras fotos de garotas sorrindo em seus bolsos.
O que a levou diretamente para estrelar a indústria "adulta"
do pós-guerra fotografada por Irving Klaw que abordou questões
como dominação e os jogos sexuais bizarros (fetiche) sem mostrar o corpo nu.
Uma maneira inteligente de evitar problemas com a censura, quando os EUA foram dominados
pelo conservadorismo e estabeleceu para as mulheres o papel de ser uma dona de
casa exemplar e submissa, Bettie começou uma revolução sexual.
A fotógrafa Linnea Eleanor "Bunny" Yeager foi
responsável pela transição de Bettie da cultura underground, ela assinou um
contrato com a revista Playboy para a edição de Janeiro
de 1959. A modelo aparece sorrindo na frente de uma árvore de Natal, ela tinha
36 anos.
Aposentadoria Precoce
Mas a carreira de Bettie foi
breve, ainda em 1959, meses após sua estréia na Playboy e quando os EUA
começaram a descobrir-la, decidiu afastar-se dos holofotes. Ela se mudou para a
Flórida, lamentou seu passado e se tornou uma cristã fervorosa, seu compromisso
com a religião era tão forte que em 1960 ela tentou alistar-se como missionária
na África, mas foi rejeitada porque tinha um divórcio.
Em 1979, depois do segundo
divórcio, sua saúde mental abalada drasticamente, foi diagnosticada com
esquizofrenia, o que a salvou de acabar na prisão depois de atacar
violentamente seu senhorio. Passou por instituições mentais, até que foi
liberada em 1992.
As poucas pessoas próximas
durante seus últimos anos dizem que até o dia de sua morte, 11 de dezembro de
2008, aos 85 anos (pneumonia, uma semana após sofrer um ataque cardíaco que a
deixou em coma), Bettie desacreditava do culto que havia entorno dela, não
conseguia entender as razões do suposto culto ou acreditar em seu status de
estrela.
Houve uma forte razão:
pensava que ser tão famosa, não seria tão ruim? Enquanto isso, no mundo afora
calendários, camisetas e livros, foram vendidos com a sua imagem.
Bettie por Ela Mesma
Não há ninguém melhor do que
Bettie para contar a sua incrível história de vida, pouco antes de sua morte,
avaliou com o cineasta Mark Mori os marcos de sua vida, o resultado foi o
documentário Bettie Page Reveals All (Bettie Page Revela Tudo), lançado em
2012.
A diva conta toda sua jornada, sua infância,
sua incursão na fotografia adulta, seus romances fracassados e sua conversão ao
cristianismo.
"Eu acho que ela incorpora algumas das principais contradições do
país. As forças contrárias imposta a nossa cultura: a liberdade sexual de
extrema-direita e repressão fundamentalista. É um conflito que continua a
acontecer, o documentário é, em parte político, mas também muito
engraçado. Porque Bettie tinha um carisma incrível.", disse o cineasta
Mark Mori.
"Eu nunca
tentei ofender ou ser uma pioneira. Não estava tentando mudar a sociedade ou
estar a frente do meu tempo. Não me considero uma mulher liberal, nem acho que
fiz algo importante. Eu era apenas eu. Não conhecia outra maneira de ser
".
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