terça-feira, 16 de dezembro de 2014

6 Anos Sem a Rainha do Pin-Up*

Bettie Page
(1923 - 2008)

*Txt com um ano de atraso...

   Bettie Page começou a mostrar uma carreira singular, em 1950, quando fez seu primeiro portfólio, ela passou por uma infância difícil em um orfanato com duas de suas irmãs, depois de um ano voltaram para casa e ela acabou sendo abusada pelo próprio pai.

   Seu desejo era tornar-se uma atriz de Hollywood e a semelhança com Bette Davis, sua inspiração, deu um empurrãozinho e aos 27 anos, foi descoberto nas ruas de Nova York por Jerry Tibbs, um fotógrafo policial, ele é responsável por seus primeiros registros como modelo e é a pessoa que sugeriu que ela usa-se uma franja que é imitada até hoje.

   Em pouco tempo Bettie surgiu como a rainha das Pin-up, um termo usado para se referir aos fotos provocantes para revistas e calendários da época. Elas foram o apoio moral para muitos soldados durante a 1ª Guerra Mundial partindo dos campos de batalhas com inspiradoras fotos de garotas sorrindo em seus bolsos.

   O que a levou diretamente para estrelar a indústria "adulta" do pós-guerra fotografada por Irving Klaw que abordou questões como dominação e os jogos sexuais bizarros (fetiche) sem mostrar o corpo nu. Uma maneira inteligente de evitar problemas com a censura, quando os EUA foram dominados pelo conservadorismo e estabeleceu para as mulheres o papel de ser uma dona de casa exemplar e submissa, Bettie começou uma revolução sexual.

   A fotógrafa Linnea Eleanor "Bunny" Yeager foi responsável pela transição de Bettie da cultura underground, ela assinou um contrato com a revista Playboy para a edição de Janeiro de 1959. A modelo aparece sorrindo na frente de uma árvore de Natal, ela tinha 36 anos.

Aposentadoria Precoce
   Mas a carreira de Bettie foi breve, ainda em 1959, meses após sua estréia na Playboy e quando os EUA começaram a descobrir-la, decidiu afastar-se dos holofotes. Ela se mudou para a Flórida, lamentou seu passado e se tornou uma cristã fervorosa, seu compromisso com a religião era tão forte que em 1960 ela tentou alistar-se como missionária na África, mas foi rejeitada porque tinha um divórcio.

   Em 1979, depois do segundo divórcio, sua saúde mental abalada drasticamente, foi diagnosticada com esquizofrenia, o que a salvou de acabar na prisão depois de atacar violentamente seu senhorio. Passou por instituições mentais, até que foi liberada em 1992.

   As poucas pessoas próximas durante seus últimos anos dizem que até o dia de sua morte, 11 de dezembro de 2008, aos 85 anos (pneumonia, uma semana após sofrer um ataque cardíaco que a deixou em coma), Bettie desacreditava do culto que havia entorno dela, não conseguia entender as razões do suposto culto ou acreditar em seu status de estrela.
Houve uma forte razão: pensava que ser tão famosa, não seria tão ruim? Enquanto isso, no mundo afora calendários, camisetas e livros, foram vendidos com a sua imagem.

Bettie por Ela Mesma
   Não há ninguém melhor do que Bettie para contar a sua incrível história de vida, pouco antes de sua morte, avaliou com o cineasta Mark Mori os marcos de sua vida, o resultado foi o documentário Bettie Page Reveals All (Bettie Page Revela Tudo), lançado em 2012.

   A diva conta toda sua jornada, sua infância, sua incursão na fotografia adulta, seus romances fracassados e sua conversão ao cristianismo.

   "Eu acho que ela incorpora algumas das principais contradições do país. As forças contrárias imposta a nossa cultura: a liberdade sexual de extrema-direita e repressão fundamentalista. É um conflito que continua a acontecer, o documentário é, em parte político, mas também muito engraçado. Porque Bettie tinha um carisma incrível.", disse o cineasta Mark Mori.

"Eu nunca tentei ofender ou ser uma pioneira. Não estava tentando mudar a sociedade ou estar a frente do meu tempo. Não me considero uma mulher liberal, nem acho que fiz algo importante. Eu era apenas eu. Não conhecia outra maneira de ser ".

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